2019 foi um ano de intensa produção pela equipe do Conexão Crítica! Tendo sempre em mente o objetivo de trazer ao colaborador Imed Group conhecimento científico de maneira sucinta e aplicável à beira-leito, podemos nos orgulhar de ter oferecido um conteúdo de qualidade, dentro de um amplo leque de propósitos.
A prática da medicina não é feita sem uma interpretação crítica da novidade, e isso não é possível sem levar em consideração o que já se sabe sobre o tema. Em 2019, o Conexão Crítica revisitou diversos artigos clássicos:
– Em “O nascimento dos protocolos de sepse”, o blog revisitou, à luz dos estudos mais recentes, o clássico Early Goal Directed Therapy in the Treatment of Severe Sepsis and Septic Shock, de Emanuel Rivers, que moldou o tratamento da sepse na década seguinte, necessitando do peso dos estudos ProCESS, Arise e ProMIse para ser posto em xeque;
– Em “Por que usamos BNM na SARA grave”, discutimos Neuromuscular blockers in early acute respiratory distress syndrome, trabalho do grupo do Laurent Papazian e (posteriormente) não reproduzido em “Devemos continuar bloqueando? A nova realidade do BNM na SARA” (sobre o mais recente Early Neuromuscular Blockade in the Acute Respiratory Distress Syndrome, do mesmo grupo);
– Do mesmo modo, o clássico Mechanical Ventilation Guided by Esophageal Pressure in Acute Lung Injury (que discutimos em “Melhorando a monitorização da Ventilação Mecânica: entendendo a pressão transpulmonar”) abriu caminho para o aguardado EPVENT-2 (discutido em Pressão Transesofágica como Guia para definir a melhor PEEP na SARA: novas evidências?).
Além disso, o conhecimento consagrado precisa ser repetido para ser sedimentado: em 2019, discutimos diversas revisõessobre temas fundamentais ao médico que trabalha na linha crítica:
– Em “10 fatos para considerar quando falamos de lactato” (sobre The ten pitfalls of lactate clearence in sepsis) e “Ainda existe utilidade em medir a PVC? 10 perguntas e respostas sobre o tema” (comentário sobre o ótimo Should we measure the central venous pressure to guide fluid management? Ten answers to 10 questions), são abordados conceitos básicos e por vezes esquecidos no manejo hemodinâmico do doente grave;
– As doenças infecciosas, recorrentes e reemergentes, foram relembradas em “O que sabemos até agora sobre influenza” (comentário sobre Influenza vírus-related critical illness: prevention, diagnosis, treatment, do Critical Care Medicine) e ‘Sarampo: uma revisão sobre o tema” (comentário sobre o ótimo “Measles”, publicado no NEJM);
– Outros temas fundamentais no trabalho do emergencista e intensivista foram revistos em “Novidades em neurocríticos” (comentário sobre o Update in Neurocritical Care: a summary of the 2018 Paris International Conference of the French Society of Intensive Care), “Queimaduras: do PS à alta” (do sucinto Management of Burns, do NEJM) e no mais recente “Pérolas e Mitos na avaliação do paciente com TEP” (comentário sobre Pearls and myths in the evaluation of patients with suspected acute pulmonary embolism”), entre outros.
– Os conceitos e práticas relativas aos cuidados de fim de vida foram relembrados em “O que você nunca faria ao cuidar de um paciente em fim de vida”, sobre o excelente Eight things we would never do regarding end-of-life care in the ICU, de Azoulay e colegas.
E, claro, não poderiam faltar os novos estudos, que mantêm nossas práticas à beira-leito atualizadas!
– Trouxemos o comentário sobre o fundamental Coronary Angiography after Cardiac Arrest without ST-Segment Elevation em “O tempo do cateterismo no pós-PCR – isso importa?”. Este trabalho traz luz sobre uma questão ainda não respondida na última atualização do ACLS: quando submeter o paciente vítima de PCR por IAM sem supra de ST à estratificação invasiva?
– Também comentamos o interessantíssimo Early or Delayed Cardioversion in recente onset atrial fibrilation em “Cardioversão na FA – até quando podemos esperar na sala de emergência?”, sobre a não inferioridade de tratamento conservador, farmacológico em FA aguda estável.
– E mais recentemente comentamos o estudo CRASH -3 no nosso “CRASH – 3: ácido tranexâmico e TCE combinam?”, sugerindo que o uso precoce desta droga no subgrupo de pacientes com TCE (isolado) leve a moderado tem impacto na mortalidade sem aumento na incidência de eventos adversos.
Por fim, trouxemos algo que você só tem no Conexão Crítica: começamos uma série de revisões sobre a produção científica do Imed Group, com direito a comentários do próprio autor!
Com tudo o que realizamos neste ano, ainda queremos mais para 2020: contaremos com uma equipe maior, com mais colaboradores e mais pontos de vista; discussões mais ricas sobre os artigos e os trabalhos que os embasam, bem como sua relação com nossa prática diária; e outras surpresas que ainda estão a caminho!